O Bairro da Adroana recebeu o Festival de Arte Urbana Infinito, dinamizado pela Câmara Municipal de Cascais – Departamento da Juventude, em parceria com a Associação Juvenil Somos Torre. Este projeto contou com a participação de crianças, jovens e adultos residentes na comunidade, e foi implementado pela Ludoteca da Adroana, em associação com a Cultursol e o Klub+. Foram identificados e escolhidos jovens líderes e influentes na comunidade para, em conjunto com as entidades parceiras, liderarem o processo e mobilizarem os moradores. “Esperamos tanto tempo por este momento… Estamos todos muito ansiosos e contentes, finalmente será possível fazer o grafiti no bairro.” (P.T. – 25 anos).
Numa primeira fase, deu-se a conhecer às pessoas da comunidade o projeto através de conversas informais, divulgação de flyers e cartazes, colocados nos prédios e em locais estratégicos da comunidade. Posteriormente, as pessoas da comunidade foram desafiadas a sugerir temas. Depois de uma participação bastante ativa, a comunidade definiu que o tema para a pintura seria a multiculturalidade. “A comunidade tem muitas pessoas de diferentes países, seria bom ter alguma coisa que representasse esta diversidade, esta riqueza que o nosso bairro tem.” (A.V. – 41 anos).
Na segunda fase, passou-se à seleção do artista de acordo com o tema e o tipo de obra. Depois de analisar vários artistas, a escolha recaiu sobre Daniel Eime, pintor de arte urbana residente no Porto e com várias obras espalhadas pelo mundo. Depois de escolhido o artista, foram transmitidas as ideias principais em relação ao tema.
Posteriormente, o artista apresentou o desenho final para a empena, que foi prontamente aceite por toda a comunidade. “O desenho está brutal, transmite muitos sentimentos, sensações e ideias positivas… Até estou arrepiada! Será que o artista consegue mesmo fazer desenho na parede?” (R.D. – 19 anos). Para a cor do desenho o artista sugeriu amarelo, a comunidade pediu se havia a possibilidade de sugerir outras cores. Depois de nova votação, o azul ganhou com uma larga margem.
No final da obra concluída, até aqueles que se mostraram inicialmente mais resistentes à ideia, ficaram completamente rendidos “Quando soube que iam fazer um desenho no prédio, não gostei muito, vêem-se zonas vandalizadas com desenhos que não são arte e estava com medo que isto ainda denegrisse mais a imagem do bairro que, por ser bairro social, já tem associada uma imagem negativa. Quando vi o desenho na parede emocionei-me, além de ser um desenho muito bonito, passa uma mensagem forte e importante de amor pela diferença, tolerância, respeito e aceitação” (M.J. – 47 anos)